segunda-feira, 13 de maio de 2019

Artigo sobre relato de experiência do Programa Mais Médicos

Acaba de sair mais uma publicação do grupo multicêntrico de pesquisas sobre o Programa Mais Médicos. O artigo: Avaliação do Programa Mais Médicos: Relato de Experiência, de autoria de Dos Santos, W., Gomes, Y., Pereira L.L. Costa, A.M. Merchan-Hamann, E., Santos, L.M. P., Silva, H.P., Oliveira, J.P.A., Bermudez, X.P.D., Oliveira, F.P., Trindade, J.S. & Arruda, C.A.M. foi publicado na revista Saúde em Debate, volume 43, número 120, de janeiro de 2019 e está disponível em: https://www.scielosp.org/pdf/sdeb/2019.v43n120/256-268/pt

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2019

Reflexão sobre os aspectos e procedimentos éticos de uma pesquisa com médicos cooperados do Programa Mais Médicos

No final de 2018 saiu a publicação mais recente do grupo de pesquisa do Pará-UFPA sobre o Projeto Multicêntrico.
O artigo completo você pode ler acessando o link da Revista Amazônica v.10, n.2 (2018):

https://periodicos.ufpa.br/index.php/amazonica/article/view/6513

Reflexão sobre os aspectos e procedimentos éticos de uma pesquisa com médicos cooperados do Programa Mais Médicos

Roseane Bittencourt Tavares

Resumo

A questão da ética em pesquisas com seres humanos no Brasil tem sido ainda um dilema, mesmo com a criação da Resolução nº 510/16 do Conselho Nacional de Saúde (CNS). Este artigo faz uma reflexão sobre os aspectos e procedimentos éticos da pesquisa Análise sobre a Formação Profissional e Experiência dos Médicos Cooperados do Programa Mais Médicos no Brasil, que se enquadra na área de Saúde Coletiva, porém utiliza metodologias das Ciências Humanas e Sociais (CHS). Para isto, comparou-se as duas últimas resoluções do CNS com os procedimentos realizados na pesquisa. Embora a nova resolução tenha trazido avanços nas normas éticas brasileiras para as pesquisas nas áreas de CHS, ainda existem lacunas que causam dificuldades para que os pesquisadores enquadrem suas pesquisas nas diretrizes e normas regulamentadoras

segunda-feira, 2 de julho de 2018



ARTIGO DE INTEGRANTES DO LEBIOS E PESQUISADORES DA UNB É PUBLICADO NA REVISTA INTERFACE


Foi publicado na Revista Interface – Comunicação, Saúde e Educação (vol. 1, núm. 21, 2017, pp. 1257-1268), o artigo “O Projeto Mais Médicos para o Brasil: desafios e contribuições à Atenção Básica na visão dos médicos cooperados”, com autoria de Hilton P. Silva e Roseane B. Tavares, do Laboratório de Estudos Bioantropológicos em Saúde e Meio Ambiente (LEBIOS/UFPA) e Yamila Comes; Lucélia L. Pereira; Helena Eri Shimizu; Edgar Merchan-Hamann; Ximena Pamela Bermúdez, da Universidade de Brasília (UNB).

Este artigo é um dos resultados do Projeto Multicêntrico Análise da efetividade da iniciativa Mais Médicos na realização do direito universal à saúde e na consolidação das Redes de Serviços de Saúde, coordenado pela Profª. Drª. Leonor Maria Pacheco Santos, do Departamento de Saúde Coletiva da UNB.

Confira abaixo o resumo do artigo:

O Projeto Mais Médicos para o Brasil: desafios e contribuições à Atenção Básica na visão dos médicos cooperados


O Projeto Mais Médicos para o Brasil (PMMB) foi criado em 2013 visando prover médicos para áreas de difícil fixação de profissionais e oferecer treinamento em Saúde da Família para médicos brasileiros e estrangeiros. Neste artigo, são analisados aspectos relacionados às motivações, ao processo e condições de trabalho na Atenção Básica, à situação de saúde nos municípios, ao funcionamento do Sistema Único de Saúde (SUS) e à relação com os gestores, a partir de entrevistas com 44 médicos cubanos, trabalhando em 32 municípios de todas as regiões do Brasil. As falas mostram que os cooperados têm um agudo senso de observação e conseguem fazer um detalhado diagnóstico situacional de suas áreas de atuação, demonstrando a precariedade ainda prevalente na Atenção Básica nos municípios. Porém, eles também evidenciam que, com a adequada formação, é possível fazer atenção primária de qualidade, mesmo diante de grandes adversidades.

Palavras-chave: Atenção Primária à Saúde. Saúde Pública. Zona rural. Formação médica. Disponível em: http://www.redalyc.org/articulo.oa?id=180153322015

segunda-feira, 23 de abril de 2018

PARTICIPANTES DO LEBIOS DEFENDEM DISSERTAÇÕES SOBRE O PROGRAMA MAIS MÉDICOS.

Na tarde do dia 03 de abril de 2018, na sala do Programa de Pós-Graduação em Saúde, Sociedade e Ambiente na Amazônia/Saúde Coletiva (PPGSAS), da Universidade Federal do Pará, aconteceram as defesas das dissertações dos mestrandos Alisson Bruno Leite Lima (Foto 1) e Roseane Bittencourt Tavares (Foto 2), ambos vinculados ao LEBIOS. As bancas foram compostas pelo orientador Prof. Dr. Hilton P. Silva (Coordenador do LEBIOS), pela Profª. Drª. Maria do Socorro Castelo Branco de Oliveira Bastos (Coordenadora de Educação do PMM no Pará) e pela Profª. Drª. Leonor Maria Pacheco Santos (Coordenadora do Programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da Universidade de Brasília/UNB). Após as arguições e sugestões da banca (Foto 3), os alunos foram aprovados, tornando-se mestres em Saúde Coletiva (Foto 4 e 5).

As dissertações avaliadas e aprovadas foram:


ANÁLISE SOBRE A FORMAÇÃO PROFISSIONAL E EXPERIÊNCIA DOS
MÉDICOS COOPERADOS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO BRASIL
Roseane Bittencourt Tavares

Resumo
O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído em 2013, devido a diversas pressões sociais e um de seus objetivos é atrair profissionais médicos para áreas de difícil acesso, para atuar na Atenção Básica (AB), devido a insuficiência desses profissionais no Sistema Único de Saúde (SUS). Porém, nas primeiras chamadas para participação no Programa, houve um boicote de médicos brasileiros. Uma das soluções para a continuidade do PMM foi a realização de um acordo de cooperação realizado entre Brasil e Cuba por meio da Organização Pan-americana de Saúde. Assim, milhares de médicos cubanos vieram para o Brasil para atuar no PMM. No entanto, a vinda destes foi muito criticada pelas associações médicas, que afirmavam que os profissionais cubanos não possuíam a formação necessária para atuar no Brasil. Em vista disso, os objetivos deste trabalho são analisar a formação profissional e a experiência prévia dos médicos cooperados participantes do PMM e sua inserção na AB. Para isto foram utilizados dados oriundos da Pesquisa multicêntrica "Análise da Efetividade da Iniciativa Mais Médicos na Realização do Direito Universal à Saúde e na Consolidação das Redes de Serviços de Saúde", coordenado pela Universidade de Brasília. A coleta de dados se deu por meio de entrevistas com os médicos cooperados em todas as regiões do país. Realizou-se a análise de conteúdo dessas entrevistas e foi feita a comparação dos currículos de medicina cubano e brasileiro, observando-se suas similaridades e diferenças. A dissertação está escrita na forma de dois artigos e um texto integrador. O primeiro artigo foi publicado na Revista Interface - Comunicação, Saúde, Educação (vol. 1, núm. 21, 2017, pp. 1257-1268) e trata sobre os dados nacionais de como os cooperados compreendem e se integram à AB no país. Já o segundo artigo foi submetido para a edição especial da Revista Pan-americana de Salud Pública, cujo tema é "Atenção Primária à Saúde nas Américas: Quarenta Anos de Alma-Ata" e seu foco está na qualificação dos médicos estrangeiros atuantes no Pará. Como resultados, observou-se que os médicos cubanos possuem formação adequada para a prática médica no país, possuem experiências em outros países, devido a sua premissa internacionalista, todos possuem algum tipo de pós-graduação e, além disso, os currículos médicos de Cuba são, em geral, similares aos do Brasil. Assim, não há motivos para criticar a formação destes profissionais, oriundos de um país reconhecido
por sua saúde pública e pela forma como os médicos exercem a prática clínica. Conclui-se, que é preciso reconhecer sua competência técnica e aprender com eles, com seu tratamento humanitário, que tem sido aplicado não só para a população cubana, mas também para as populações de qualquer parte do mundo onde eles sejam necessários.





PERSPECTIVA DOS PROFISSIONAIS DE SAÚDE E DOS GESTORES SOBRE O PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO ESTADO DO PARÁ
Alisson Bruno Leite Lima

Resumo
O Programa Mais Médicos (PMM) foi instituído em outubro de 2013, um de seus intuitos era o de fortalecer a Atenção Primária em Saúde (APS) e reduzir as iniquidades no acesso aos serviços de saúde, para isso uma das medidas foi o incremento de recursos humanos. Após a baixa adesão de médicos brasileiros nas primeiras chamadas, foram disponibilizadas vagas para médicos estrangeiros, dentre estes, os médicos intercambistas cubanos. Ao longo dos últimos anos foram realizadas diversas pesquisas sobre o PMM, porém, ainda são poucos os estudos que tratam sobre a percepção dos outros profissionais de saúde e dos gestores frente aos médicos cooperados do Programa. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi analisar a percepção dos profissionais de saúde e dos gestores em relação aos médicos cooperados cubanos no estado do Pará. Neste trabalho faz-se uma análise de conteúdo de entrevistas realizadas com 32 profissionais de saúde e 16 gestores, que foram realizadas em duas etapas, em 2015 e 2016, como parte do subprojeto “Estudo de casos em 32 municípios inscritos” que está incluso no projeto multicêntrico nacional “Análise da Efetividade da Iniciativa Mais Médicos na Realização do Direito Universal à Saúde e na Consolidação das Redes de Serviços de Saúde”. Os resultados dessa análise são apresentados na forma de dois artigos científicos, o primeiro abordando sobre a percepção dos gestores, em que os resultados destacam que houve melhoria do acesso, da resolutividade da APS e o provimento de médicos em caráter de dedicação exclusiva para os municípios. Pode-se afirmar que os gestores entrevistados estão satisfeitos com o PMM e com os médicos cooperados, e que é possível realizar uma APS a saúde com qualidade no Brasil. O segundo artigo, abordando a percepção dos demais profissionais de saúde, conclui que há boa relação interprofissional entre os médicos cooperados e os outros profissionais de saúde, que os médicos cooperados promovem um atendimento mais humanizado, que a presença do médico na comunidade trouxe melhorias para a APS, que há uma maior tentativa de resolução dos problemas de saúde nas próprias unidades básicas, encaminhando somente quando necessário e que há precisão dos diagnósticos dos médicos cooperados, mesmo quando se considera a dificuldade de obtenção de exames complementares. A partir desses resultados, pode-se dizer que as percepções dos profissionais e dos gestores frente aos médicos cooperados são boas e que o PMM proporcionou resultados positivos para a APS no Brasil.

Aproveitando a estadia da Profª. Leonor Pacheco, no dia 04 de abril, no período da manhã, aconteceu a Aula Magna de 2018 do PPGSAS, ministrada por ela (Foto 6), com o tema “Avaliação do Programa Mais Médicos: Uma Abordagem Integrada, Compreensiva e Multidisciplinar”, onde foram mostrados os resultados do projeto multicêntrico que ela coordenou, e cujos dados foram usados na elaboração das dissertações e artigos, e a importância que o PMM tem tido para a ampliação e melhoria do acesso à Atenção Básica no país.
Tanto os novos discentes quanto os antigos participaram da aula, além da presença dos docentes do programa (Foto 7), que puderem tirar suas dúvidas sobre os impactos e o futuro do PMM.
O PPGSAS é o único programa de Pós-Graduação em Saúde Coletiva da região Norte e possui duas linhas de pesquisa: Sócio-Antropologia, Política, Planejamento e Gestão em Saúde na Amazônia, e Epidemiologia das Doenças Infecciosas e Crônicas Não Transmissíveis na Amazônia. Para saber mais sobre o PPGSAS acesse: http://ppgsas.propesp.ufpa.br/index.php/br/









sábado, 10 de junho de 2017

CONGRESSO BRASILEIRO DE POLÍTICA, PLANEJAMENTO E GESTÃO EM SAÚDE

No período de 02 a 04 de Maio de 2017 aconteceu o III Congresso de Política, Planejamento e Gestão em Saúde – Estado e Democracia: o SUS como direito social, promovido pela ABRASCO, em Natal – RN, onde os mestrandos Alisson Lima e Roseane Tavares, do Programa de Pós-Graduação em Saúde, Ambiente e Sociedade na Amazônia (PPGSAS/UFPA) participaram com a apresentação de dois trabalhos.
No dia primeiro, ocorreram as atividades pré-congresso, que foram realizadas na Universidade Federal do Rio Grande do Norte. Os mestrandos puderam participar da oficina “Metodologias de Avaliação de Impacto do Programa Mais Médicos”, com os integrantes do comitê coordenador da Rede de Pesquisa APS (Figura 1). Nos dias seguintes, no Centro de Convenções de Natal, houve várias mesas redondas, além das apresentações de pôsteres, com rodas de conversa e Comunicações Coordenadas, de acordo com eixos temáticos (programação disponível em www.politicadesaude2017.com.br) . Os trabalhos apresentados foram: “Perspectiva dos Gestores Municipais sobre o Programa Mais Médicos no Estado do Pará”, de Alisson Lima, Roseane Tavares e Hilton P. Silva (Figura 2) e “Formação e Experiência profissional dos Médicos Intercambistas do Programa Mais Médicos no Pará”, de Roseane Tavares e Hilton P. Silva (Figura 3), que mostram aspectos relevantes da realidade do Programa no estado do Pará (vide resumos em seguida).
O Congresso pode agregar novos conhecimentos sobre o tema das pesquisas, pois com a participação na oficina, além da participação da mesa redonda “O Programa Mais Médicos e a redução da iniquidade no acesso na APS” (Figura 4), realizada por vários pesquisadores renomados da área, muitas novidades foram expostas aos mestrandos, o que irá contribuir em suas dissertações e futuras publicações.



 Figura 1- Oficina

 Figura 2- Pôster do aluno Alisson

 Figura 3- Pôester da aluna Roseane

  Figura 4- Mesa redonda



PERSPECTIVA DOS GESTORES MUNICIPAIS SOBRE O PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO ESTADO DO PARÁ

Lima, A.B.L., Tavares, R.B., Silva, H.P.
a.brunolima@hotmail.com

Introdução: O Programa Mais Médicos (PMM) instituído em 2013, visando reduzir iniquidades no acesso a serviços de saúde e melhorar a distribuição geográfica de médicos. Com a baixa adesão inicial de médicos brasileiros, as vagas foram disponibilizadas a médicos estrangeiros, especialmente cubanos, através de acordo de cooperação com a OPAS, havendo, ainda, poucas avaliações publicadas sobre a eficácia do PMM. Objetivo: Analisar a percepção dos gestores em relação aos médicos intercambistas cubanos. Metodologia: Pesquisa qualitativa analisando 16 entrevistas realizadas com gestores de saúde de oito municípios do Estado do Pará. Os dados fazem parte de uma pesquisa interinstitucional nacional de análise do PMM. As entrevistas foram feitas no período de janeiro à março de 2015, através de roteiro semi-estruturado, contendo 15 perguntas sobre o PMM no município. Para este trabalho foram analisadas as respostas a três perguntas: Quais as principais contribuições que o PMM está dando para a saúde do município? Qual a sua avaliação sobre o atendimento que esses médicos estão oferecendo? Se dependesse de você, você renovaria a adesão do município ao PMM? Resultados: Segundo os gestores, dentre as principais contribuições do PMM, encontram-se: a realização das visitas domiciliares regulares, a permanência dos médicos no município e a percepção de maior humanização nos atendimentos. Em relação aos atendimentos pelos médicos intercambistas as avaliações são, em geral, positivas. Dos 16 entrevistados, 87,5% avaliaram como bom, ótimo ou excelente o atendimento prestado aos pacientes; sendo a principal dificuldade relatada a pouca familiaridade de alguns médicos com o Português. Quando perguntados se renovariam os contratos, 87,5% indicaram que “Sim”, demonstrando a vontade de continuidade do PMM. Conclusão: Os gestores paraenses entrevistados estão satisfeitos com a presença do Programa e a atuação dos médicos, e consideram que os intercambistas têm contribuído significativamente para a melhoria da Atenção Básica nos seus municípios.


FORMAÇÃO E EXPERIÊNCIA PROFISSIONAL DOS MÉDICOS INTERCAMBISTAS DO PROGRAMA MAIS MÉDICOS NO PARÁ

Tavares, R.B., Silva, H.P.
roseanebtavares@yahoo.com.br

O Programa Mais Médicos foi criado em 2013 e um de seus objetivos é a contratação emergencial de profissionais. Através de um acordo com a OPAS, muitos médicos cubanos preencheram as vagas que não foram ocupados por brasileiros. Houve, porém, uma grande mobilização contra o Programa por parte dos movimentos médicos, os quais criticaram a formação dos profissionais estrangeiros, considerando-a como insuficiente. Esta pesquisa tem como objetivo analisar a formação/experiência desses profissionais, através da investigação de suas origens e educação acadêmica, se possuem pós-graduação e experiências profissionais em Cuba e em outros países. A pesquisa foi realizada a partir dos dados coletados no Projeto Multicêntrico “Avaliação da implementação do Projeto Mais Médicos para o Brasil” (Subprojeto: “Análise da efetividade da iniciativa Mais Médicos na realização do direito universal à saúde e na
consolidação das Redes de Serviços de Saúde”), Coordenado pela Universidade de Brasília. A equipe do Pará visitou oito municípios do Estado. Em cada município foram entrevistados dois médicos do Programa, totalizando 16 profissionais. As entrevistas foram transcritas e seu conteúdo analisado com a ajuda do software Atlas.TI. Os resultados preliminares mostram que: 75% dos intercambistas são do sexo feminino, a média da faixa etária é 44 anos, 50% deles se declararam “brancos” e o ano de formação, em faculdades com cursos médicos de seis anos, variou entre 1982 e 2005. Praticamente todos os médicos entrevistados possuem pós-graduação (incluindo especializações e mestrados), com apenas uma exceção. Os profissionais demonstraram estar habituados a participar de cooperações internacionais, tendo estado em outros programas e missões, como por exemplo, a “Missión Barrio Adentro”, na Venezuela. Além disso, indicaram ter ampla experiência em Cuba, especialmente na área da saúde da família. Nas entrevistas demonstraram, também, que uma de suas motivações é a dedicação à causa da saúde pública. Podemos concluir que os médicos cubanos possuem formação acadêmica suficiente para atuar no Brasil, ainda que não tenham feito o Revalida. Além disso, suas experiências anteriores e seu histórico de participação em missões e programas apontam apontam que eles tem os requisitos necessários para atuar no processo de prevenção, promoção e assistência na atenção básica.

sexta-feira, 3 de março de 2017

UFPA participa de pesquisa sobre o Programa Mais Médicos



Publicado na Revista Caros Amigos, Edição 236 /novembro 2016, p 32-34.

Pesquisa de Universidade Brasileiras mostra que o Programa Mais Médicos venceu a batalha contra seus detratores
e oferece saúde básica de qualidade.
O PROGRAMA Mais Médicos (PMM), instituído pela então presidente Dilma Rousseff dia 8 de julho de 2013, venceu o
fogo cruzado entre os que o defendiam arduamente e os que o detratavam sem dó e completou seus três primeiros anos
oferecendo o que é uma das questões mais valorizadas nas demandas sobre a saúde: cuidado na atenção básica e prevenção
a doenças em populações que vivem distantes de assistência médica em todo o Brasil. Os resultados são muito positivos e
mostram que é possível, sim, superar as adversidades inegáveis que o País vive e diminuir a sobrecarga no sistema de saúde
como um todo, garantem pesquisadores de um estudo nacional sobre o programa que tem no estado do Pará o maior
número de cidades como estudo de caso nas atividades de campo.

O “Projeto análise de efetividade da iniciativa Mais Médicos na
realização do Direito Universal à saúde e na consolidação das redes de
serviços de saúde” começou em 2014 e é coordenado pela Universidade
de Brasília (UnB) e, na segunda maior unidade da federação, pela
Universidade Federal do Pará (UFPA). Formado médico e pós-graduado
em Bioantropologia, o professor e coordenador da pesquisa no Pará,
Hilton Pereira da Silva, é enfático quando diz que “esta é a principal lição
que se pode aprender: é possível fazer atenção básica de qualidade, com
compromisso, com dedicação nos municípios do Brasil”. E quando se
refere à atenção básica, refere-se a cuidados imediatos que podem evitar
que um acometimento simples evolua para uma doença mais complexa;
refere-se ao controle de vacinação; refere-se à prevenção da gravidez na
adolescência e de doenças sexualmente transmissíveis; refere-se a
orientações sobre como lidar de forma saudável com a água, o esgoto, o
lixo e os animais domésticos. É atuando de forma eficiente nesta etapa
que se pode ajudar a população a ter mais qualidade de vida e diminuir a
sobrecarga sobre todas as outras fases da atenção à saúde, seja nas
próprias unidades de saúde, seja nos pronto-socorros e hospitais.
Dos mais de 14 mil médicos associados ao programa para atuar no país, 513 estão fincados nesta parte da Amazônia brasileira, oferecendo assistência primária a 110 dos 114 municípios do Pará. Para o estudo de caso, foram escolhidas oito cidades e, entre os critérios para escolha, esteve o fato de o município ter a menor razão entre médico e habitante e um número absoluto de médicos menor do que cinco, conforme dados do Conselho Federal de Medicina (CFM)/ Demografia Médica/2013, além de ser representativo do cenário rural e urbano da região. Assim, os nove bolsistas com formação na área da saúde coletiva estiveram nas cidades de Aveiro, Bujaru, Cachoeira do Arari, Curuá, Jacundá, Limoeiro do Ajuru, São Sebastião da Boa Vista e Tracuateua. Juntas, estas oito cidades somam uma população de mais de 200 mil pessoas, segundo os mais recentes dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). “Uma das coisas que mais me chamou atenção nesse processo foi a habilidade desses médicos de perceber a dinâmica local onde eles estavam inseridos, de perceber toda a cadeia política, administrativa e técnica das unidades de saúde do município”, destaca Hilton Pereira. O bioantropólogo diz que as entrevistas feitas junto a 21 pessoas de cada cidade – entre médicos, agentes de saúde, secretários de Saúde e pacientes – revelaram que os intercambistas têm um agudo senso de observação, perceberam desde as dificuldades logísticas e infra-estruturais das unidades até as necessidades das pessoas, que é o mais refinado. “Eles relatam que as populações carecem de alguém para conversar e interagir no cotidiano delas, dispostas a ouvir e não julgar suas casas e hábitos, de compreender a realidade que as leva a determinadas situações e ter um profissional de saúde com papel ativo nessa realidade”, descreve. Também foi notória a capacidade de os intercambistas fazerem um detalhado diagnóstico situacional, essencial para impulsionar mudanças estruturais. Ou seja, mais que definir com que doença se está lidando e tratar dela – o chamado diagnóstico nosológico –, os médicos se preocuparam em analisar o ambiente que pode ter contribuído para seu surgimento e atuar de modo a evitar que novos casos surjam,
transformando o paciente e sua família num agente de saúde também da sua comunidade. E como parte dessa atuação, os intercambistas também foram sensíveis à oferta de palestras e orientação em outros ambientes da cidade, como as escolas. Do contrário, trata-se a doença e, se as condições responsáveis pelo seu surgimento não forem mudadas, logo vai haver mais incidências, num círculo vicioso sem fim. Neste rumo de atuação, o que se notou foi uma providencial criação de vínculo entre médico e comunidade, o estabelecimento de laços de confiança capazes de nutrir a construção de hábitos saudáveis na localidade. A disposição para o trabalho em conjunto foi outra característica percebida pela equipe de pesquisadores entre os médicos intercambistas. De acordo com o trabalho realizado já por mais de anos, a inserção desses novos atores no sistema de saúde local significou um estímulo ao trabalho coletivo, numa integração com agentes comunitários de saúde, enfermeiros, dentistas, toda equipe fixada na região para bem da própria comunidade. “Esse nível de envolvimento nunca tinha acontecido nesses municípios e a prática de estar na localidade oito horas por dia durante a semana inteira”, compara Hilton Pereira. O mais comum é a presença de médicos a cada 15 dias; de médicos que trabalham por duas horas e vão embora. “A continuidade é fundamental na assistência básica, é um dos pré-requisitos para que as pessoas te reconheçam enquanto profissional dali e que o profissional reconheça as pessoas com as quais está lidando no cotidiano”, enfatiza Ariana Kelly Silva da Silva, bioantropóloga que faz parte do projeto pela UFPA, desenvolveu atividades de campo nas cidades de Limoeiro do Ajuru e Jacundá. Ela confirma exatamente o que o coordenador relatou: “A maioria das pessoas que foram entrevistadas responderam que o programa Mais Médicos é uma iniciativa interessante do governo federal, porque antes elas não tinham acesso a médicos em seus municípios e que os médicos agora lidam diariamente com elas, e isso seria um ganho”. Marta Giane Machado Torres, enfermeira mestranda em Saúde Coletiva pela mesma instituição acadêmica, ouviu
depoimentos muito semelhantes. “A população nunca viu um médico atender daquela forma. As pessoas estão muito, muito satisfeitas, já não esperam mais em filas, não têm que viajar longas horas de barco, pegar mais uma condução em seguida, andar na lama (até chegar a um posto de atendimento)”, descreve a secretária de Saúde do município de Bujaru, Aline Parijós, antecipa que assumiu o cargo apenas em maio de 2015, mas que, mesmo assim, pode afirmar com segurança que doenças simples e muito comuns reduziram significativamente de incidência, como a diarreia na infância. A cidade conta com cinco unidades básicas de saúde e recebeu quatro médicos intercambistas, três cubanos e um brasileiro. “Antes do programa nós tínhamos apenas dois médicos e que já haviam pedido transferência. Agora temos médico cumprindo carga horária, que vai até a casa das pessoas e se dispõe a ir às escolas fazer orientação. A quantidade alta de pessoas com diabetes e hipertensão também motivou bastante o trabalho de prevenção. O número de pedidos de internação só não melhorou porque tem aumentado vertiginosamente a quantidade de acidentes com moto”, descreve. Universidades públicas de outros estados fazem parte do projeto de pesquisa, entre eles Bahia, Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Minas Gerais, Paraíba e Ceará. Um ventrículo da Amazônia O desafio da mobilidade é constante e característica da região amazônica, tanto para chegar da capital do Pará até a cidade onde será fixado o médico, quanto para quem já está na cidade e precisa se deslocar por qualquer motivo. Geralmente é necessário combinar de dois a três transportes de diferentes categorias e de longa duração, uma logística exaustiva não só para os pesquisadores, mas para os próprios médicos cubanos, que têm a obrigação de conjugar às suas atividades de assistência à saúde um curso noturno de qualificação por internet, tecnologia que também impõe algumas barreiras em áreas de tão difícil acesso físico ou virtual. E nem sempre essa conjugação de elementos
funciona a contento, porque ainda inclui fatores como variabilidade das marés, inconvenientes com as vias e transportes rodoviários ou especificidades de transporte aéreo. “Para você chegar (de Belém) a Limoeiro do Ajuru é preciso percorrer por rodovia a alça viária e depois tomar uma lancha (na cidade de Barcarena) até chegar ao município. Aos domingos, você só consegue sair com um barco fretado. Então, se alguém tem um problema mais grave de saúde, vai ter de pagar um barco pra ir até a cidade de Cametá, por exemplo, que é um município de referência, apesar de não ter grande infra-estrutura para um caso de um acidente vascular cerebral ou outros casos mais complexos”, explica Ariana. Outro exemplo é a cidade de Aveiro. Para ir da capital até lá é necessário viajar de avião até o município vizinho de Santarém, deslocar-se até o porto e seguir de barco ou lancha, num trajeto que pode levar mais de um dia para ser vencido. Em cidades cravadas no arquipélago do Marajó, como Jacundá, é necessário atravessar a Baía do Guajará de balsa ou navio durante algumas horas, desembarcar no porto Camará e seguir em transporte coletivo privado até o destino. O professor Hilton Pereira reitera que estas dificuldades são comuns em toda região Norte e muito semelhante ao que se nota em estados como o do Amazonas. Os intercambistas, por sua vez, também precisam se valer, em alguns casos, de voadeiras (lancha metálica com motor de popa) para chegar desde suas residências até os locais de atendimento e às escolas que dispõem de internet para dar andamento aos estudos que fazem parte do programa Mais Médicos. Para quem precisa de socorro médico, qualquer minuto é precioso. Se um paciente estiver em Bujaru e precisar de atendimento especializado ou pronto-socorro, tem a opção de viajar de balsa por vinte minutos até a cidade de Inhangapi e de lá seguir por estrada por quase uma hora até Santa Izabel, na Região Metropolitana de Belém. O mais comum, no entanto, é que precisem prosseguir até Marituba ou a própria capital, explica a secretária de Saúde, Aline Parijós, depois de já terem sinalização de leito garantido por parte do sistema administrado na capital paraense.
Até mesmo para executar uma pesquisa como esta há implicações econômicas da multimodalidade que poderiam inviabilizar sua realização, não fosse o compromisso em retratar esta realidade. Por ser mais complexa a logística, sua realização é mais cara. Além de ter de levar em conta a informalidade de muitos desses serviços, que criam barreiras para a comprovação de seu uso na hora da prestação de contas aos órgãos financiadores, como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). O modo de transporte encarece, explica Hilton Pereira, porque viajar de barco não tem o mesmo custo de viajar num micro-ônibus, num avião ou no mototáxi. E todos esses meios que serão utilizados em uma viagem precisam estar encadeados, ainda que nem sempre seja possível controlar determinadas variáveis naturais ou de caráter humano mesmo. “Enquanto é muito bom dizer que dispomos da Amazônia Legal, da biodiversidade, temos de levar em conta que isso nos impõe uma série de responsabilidades, entre elas justamente atender às populações que estão dispersas nos nossos rios, nas nossas várzeas, nos nossos parques nacionais, nas nossas áreas protegidas, nos nossos quilombos, as populações indígenas e assim por diante”, pondera Hilton Pereira. Levantamento divulgado pelo IBGE em 2010 indica que haviam 6,07 habitantes por quilômetro quadrado numa área de mais de um milhão de quilômetros quadrados, que é a do Pará, estado que sofreu plebiscito, em dezembro de 2011, para decidir se deveria ou não ser transformado em três. O cenário, concorda o coordenador da pesquisa no Pará, de fato não é favorável à ida de médicos para trabalhar no interior do estado, porque os profissionais costumam estar, por exemplo, isolados tanto geograficamente quanto socialmente de outros colegas da área, além das grandes lacunas na oferta de insumos para o bom desempenho de suas atividades. “Não é incomum acontecerem atos de violência (de familiares de pacientes) contra profissionais de saúde, que se veem em situações absolutamente insuperáveis. Tudo isso é parte do processo que a gente precisa vencer na região Norte, a assistência à saúde com condições”, reconhece Hilton Pereira, que, no entanto, também ressalta que a população não pode ser punida com a falta da atenção básica, que pode ser oferecida satisfatoriamente ainda que diante das adversidades, conforme comprova a pesquisa.
Críticas por água abaixo E diante de tantas críticas duras ao programa e especialmente aos médicos cubanos, tornou-se uma questão prioritária à academia saber se era possível oferecer a cobertura de saúde como estava sendo anunciado. Bastam algumas observações sobre documentos da própria classe médica brasileira sobre o programa para saber o quanto foi frontal o embate sobre o Mais Médicos. Em uma carta emitida pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e assinada também pelos conselhos regionais de Medicina (CRMs), do dia 4 de setembro de 2014, por ocasião do relatório sobre o primeiro ano de execução do programa, está registrada a posição crítica à iniciativa. Entre as queixas enumeradas, diz-se que “a população, especialmente a das regiões mais carentes, (está) vulnerável à ação de indivíduos sem o devido preparo e qualificação”. Ainda que a formação dos intercambistas seja duramente questionada por entidades da categoria médica, Hilton Pereira faz algumas ressalvas. O coordenador da pesquisa, que foi membro do grupo de acompanhamento do Mais Médicos do ponto de vista da formação, destaca que um dos requisitos para virem ao Brasil é terem o diploma de médicos, documentos que foram reconhecidos por todos os países por onde muitos dos cubanos já estiveram desenvolvendo atividades parecidas com as que realizam no Brasil, como Paquistão, Haiti, Venezuela e Colômbia. “Também a maioria deles tem formação, seja em nível de residência ou de mestrado em Saúde da Família, que não é o caso dos nossos profissionais”, acrescenta. Tentar colocar em xeque o programa com tal argumento nem combina com os resultados que têm sido obtidos. De acordo com os depoimentos dos secretários e secretárias de Saúde dos oito municípios, há um impacto significativo e positivo na situação epidemiológica das cidades e que é notória a queda substancial na demanda por internação hospitalar e na
sobrecarga de pronto-socorros. Por isso se dizem satisfeitos com o Mais Médicos. A continuidade do Mais Médicos ou a forma como isso se dará ainda são dúvidas pendentes de esclarecimento com o novo governo. A pesquisa ainda precisa cumprir sua etapa final de estudos nas localidades, completando três anos de avaliação do programa, ainda que regularmente estejam sendo apresentadas suas conclusões preliminares inclusive ao Ministério da Saúde. Além de garantir que o Mais Médicos cumpriu sua função, Hilton Pereira faz uma emenda: o ideal é que as ações desenvolvidas pelos médicos cubanos e outros estrangeiros possam ser desenvolvidas por profissionais brasileiros. E aqui está outro nó da questão, que é o tipo de formação necessária para este trabalho. “A partir da minha experiência, já tendo passado pela formação médica e ajudado a formar algumas gerações de médicos, tenho acompanhado ativamente a discussão curricular no Brasil e nossos currículos ainda não estão voltados para a atenção básica”, observa. É aí que levam vantagem os cubanos e demais estrangeiros: a maioria tem residência ou mestrado em saúde da família. Por isso não devem ser dispensados pelo governo, interrompendo um processo de assistência que depende de continuidade para consolidar uma mudança estrutural no fluxo do sistema de saúde, conforme enfatiza o professor. O custo de um intercâmbio também não é favorável à economia do País contratante, mas ainda assim é preciso respeitar as mudanças de médio e longo prazo que podem ser alcançadas, especialmente se o programa está dando certo. “Não é à toa que você chama de médico de família, porque ele faz o acompanhamento de gerações e cria laços de confiança. Se a cada interregno você muda esse profissional, vai ter de esperar novo período de readaptações, tempo para conhecer todo mundo, mapear todo mundo, ver como é sua relação com a equipe de saúde e com a comunidade. Essas coisas precisam ser muito cuidadosamente pensadas, para que a gente não tenha algo que comece, acabe e não tenha sequência”, alerta Hilton Pereira, que lembra um bordão muito comum no
Estado: “Eu espero muito que não sejamos a terra do ‘já teve’, como se costuma dizer aqui, porque a ação já mostrou que é eficiente tanto no nosso, quanto nos outros estados”. Apesar das peculiaridades amazônicas, os resultados obtidos até então são muito semelhantes aos que se chegou de um modo geral com a sistematização de informações colhidas nas demais regiões. Resta aguardar para saber como o programa será conduzido pelo governo Michel Temer daqui pra frente e de que modo suas políticas irão impactar o setor de pesquisa, fundamental para orientar a decisões e condutas de gestores públicos. 

ÉRIKA MOHRY É JORNALISTA

Fonte: http://ifch.ufpa.br/index.php/destaques/2953-programa-mais-medicos

terça-feira, 15 de novembro de 2016

VÍDEO DA EQUIPE PARÁ É SELECIONADO PARA MOSTRA DE FILMES

Vídeo sobre experiências de pesquisadores e profissionais do Projeto Mais Médicos feito pela equipe do Pará foi selecionado para participar da mostra de filmes do II EAVAAM (www.eavaam.com.br/#mostra_de_filmes).
O filme foi exposto na Mostra paralela de filmes Etnográficos, a exibição ocorreu no dia 27/10/2015 no auditório do ICEN às 14h com moderação do aluno Rafael Cabral.

O filme está disponível em:

https://www.youtube.com/watch?v=3_yr56apnTE